sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bom, chegou o tempo das lamechices. O tempo de agradecer aos anjos que caminharam comigo ao longo destes meses. Aconteça o que acontecer daqui para frente, o tempo que passou já está lá atrás. Inesquecível mas ultrapassável. Graças a vocês.

Aqui ficam alguns agradecimentos mais específicos (maninha, vais ter que mostrar isto à mãe e ao pai. Duvido que consigam ir sozinhos à internet…):

Para a mãe e para o pai:
Obrigada pelas noites sem dormir; obrigada pelas sopas; obrigada pelos mimos; obrigada pela companhia nos tratamentos; obrigada pela paciência; obrigada por me aturarem nos dias em que estava impossível; obrigada pelo conforto; obrigada pelo incentivo; obrigada pela força; obrigada por acreditarem que eu sou capaz.

Para a maninha:
Obrigada pelos lenços que me emprestaste; obrigada por me levares a passear; obrigada por me acolheres em momentos menos bons; obrigada por seres sempre positiva e optimista; obrigada por dizeres que ficava bem com o cabelo rapado quando eu sei que foste chorar para o quarto.

Para o cunhadinho:
Obrigada pela boa-disposição; obrigada pelos beijos na testa; obrigada pela máquina de cortar o cabelo; obrigada pela paciência; obrigada pelos braços sempre abertos.

Para o xubidu:
Obrigada por me chamares Zidane; obrigada por ires comigo ao cinema; obrigada por me fazeres rir quando finges que és uma moldura; obrigada por me deixares fazeres os teus legos; obrigada por dizeres que jogo bem à bola; obrigada por inventares músicas parvas com a tia; obrigada por me chamares xubidua; obrigada por te agarres ao meu pescoço sempre que me vês.

Para a xubidoca:
Obrigada por teres nascido num momento feio e teres mudado tudo; obrigada por sorrires tanto; obrigada pelo cafuné; obrigada por seres tão fofa.

Aqui só estão 32 obrigadas. Não chegam. Todos os obrigadas do mundo não chegam. Se não fossem vocês e por vocês… É por estas e por outras que vos amo assim… tanto, tanto…

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Nove meses depois, a vida parece voltar, tranquila, ao normal. Se por um lado me fazem falta as rotinas, também as anseio com alguma desconfiança. Vivo com um corpo que me traiu, ou que foi traído por mim, ainda não percebi bem, e por isso olho para o dia a seguir com algum medo. Mas é um medo bom, daquele que nos põe borboletas na barriga e nos faz ter vontade de tudo.

Amanhã, se o meu corpo quiser, volto ao trânsito, ao metro apinhado, ao barulho da máquina do café, às conversas de secretária. Amanhã, se o meu corpo quiser, recomeço a vida no ponto em que a deixei, lá atrás, num dia frio em que usava um lenço ao pescoço. Por ironia, um lenço cor-de-rosa. Amanhã, se o meu corpo quiser, vou começar, lentamente, a esquecer mas sem nunca, nunca, deixar de me lembrar. E eu acho que o meu corpo vai querer…

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Depois do nascimento da minha sobrinha, recebi hoje a segunda melhor notícia deste ano.
Como não há duas sem três, até Dezembro ainda vou ouvir as palavras: “Controlámos o bicho!”.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Começo a ver a luz ao fundo do túnel.
Só espero que não seja a do comboio…

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O cansaço começa a afectar-me de uma forma que ainda não tinha sentido até aqui. Não é só o corpo. É a cabeça. E a alma.

Talvez tenha trocado as prioridades ao longo deste processo todo. Talvez tenha empenhado tempo que deveria ter, única exclusivamente, gasto em mim. O problema é que, se isto não passar, tudo o resto vai continuar no seu ciclo normal. Eu é que não.
E depois não são só as marcas nas veias, as cicatrizes, a pele queimada, os braços que doem. Depois, é tudo aquilo que está cá dentro e que ninguém vê. Só eu sinto.